Dia 91

O último dia. Este é o último dia. Quando acordar amanhã vou-me sentar à mesa e vou comer uma taça de Froot Loops com leite. Froot Loops, com mais açúcar que um Oceanário com Red Bull em vez de água. Estranho? Sim. Quer dizer, eu não sinto vontade de comer açúcar. Nenhuma mesmo. Não me repulsa, mas as minhas papilas gustativas não o pedem. A minha conclusão com este desafio é relativamente simples: o açúcar e a vontade de o comer é apenas derivada da habituação que lhe ganhamos. Como um loop infinito.

Ganhei alguns bons hábitos como ter muita fruta em casa e arranjar uma alternativa para o pequeno-almoço que não sejam os cereais. Pensei bastante sobre a minha necessidade em comer açúcar e o que poderei fazer daqui em diante para o evitar. Como disse anteriormente, aquilo de que senti mais falta foi de poder acompanhar refeições com um refrigerante e não creio que isso vá mudar. Mesmo que não seja um refrigerante, um sumo de laranja. O açúcar está em todo o lado e é difícil de evitar mas não é impossível e, principalmente, moderá-lo é mais que fácil. É isso que tenciono fazer daqui para a frente. Consumir com moderação. Ainda que tenha sido um desafio interessante, há uma coisa que é mais que certa: tão brevemente não me apanham a fazer três meses por nada! Estou farto de tirar fotos a tudo aquilo que como!

O desafio não custou. Houve um par de dias em que senti mais vontade de comer açúcar mas mesmo assim não foi nada que não conseguisse controlar. Ganhou a força de vontade. Não mudei de humor por causa da ausência do açúcar e nunca me senti tentado a deitar o objectivo por terra. Foi uma experiência positiva e uma que não me arrependo de ter feito. Claro que tenho, obrigatoriamente, que agradecer ao meu pai e a todos os que fizeram isto comigo e não deixaram de ser meus amigos por eu os chatear com este tipo de assuntos (olá Rui!).

Adiante...! Não tomei o pequeno-almoço porque já estava atrasado para ir ter com o meu irmão a Covent Garden. Fui à Cyber Candy comprar uma caixa de Froot Loops para comer amanhã ao pequeno-almoço e duas Vanilla Cokes para acompanhar a refeição (ou melhor: duas refeições). Depois de apanhar os meus pais no aeroporto fomos almoçar ao Pret A Manger, onde comi um wrap de abacate, umas batatas fritas e um sumo de laranja (daqueles!).

Para jantar, fomos a um restaurante em Notting Hill que, aparentemente, tem o melhor bife de Londres. Os meus pais conferiram, mas eu e o meu irmão fomos para a opção vegetariana, claro. Para entrada comemos uns nachos com molho de espinafres e queijo. Estavam bons. A opção vegetariana era um cogumelo com vegetais e queijo de cabra por cima. A dose era boa e vinha com batatas fritas. Ainda comi um pouco da salada que vinha com o bife do meu pai, embora tivesse um sabor algo doce e não me tenha agradado por aí além.

Foi assim a última refeição livre de açúcar, três meses depois! O Fim.

Dia 90

Penúltimo dia... wow! É mesmo a sério. Já passaram três meses? O tempo voa! Não que isso me aborreça, claro. Cada dia que passa é menos um dia até eu chegar mais perto do meu objectivo. Mesmo.

O pequeno-almoço não foi. Saí de casa à pressa e não tive tempo nem para coçar o nariz. Ao almoço vinguei-me e convenci um dos meus directores (que é meu buddy) a comprar pizza para a malta. Felizmente as preces foram ouvidas e pizza tivemos para o almoço. A minha era vegetariana, claro.

Depois de sair às dez da noite (!) do escritório a minha vontade para cozinhar era muito reduzida. Valia o facto de ter tirado férias na próxima semana (para acabar o livro e estar com o meus pais, que vão estar de visita) e, como habitualmente nestas situações, o tortellini veio salvar a noite. Juntei-lhe pesto e foi como se tivesse ido à lua e voltado no espaço de uma refeição.

Dia 89

Mais um dia tirado para escrever. É quase como ter dois empregos a tempo inteiro, let me tell you that! Desta vez portei-me bem e preparei uma saborosa mistura com iogurte, pêra, mel e muesli. Pensando nisso, e tendo em conta que estou a menos de cinco dias do fim do desafio, noto que não sinto a mínima vontade de comer açúcar. Uma coisa é certa, para além dos Froot Loops com que vou celebrar no domingo, dificilmente voltarei a comprar cereais para comer ao pequeno-almoço. Demasiado açúcar!!

Durante o dia fui comendo por aqui e por ali, acabando por cozinhar uns douradinhos vegetarianos com massa para o jantar. Simples e eficaz!

Dia 88

Tirei a quarta-feira para continuar a trabalhar no meu livro, uma vez que ainda tinha dias de férias para tirar antes do fim do ano fiscal. Fiquei em casa a escrever e, como é normal, as refeições foram decorrendo lentamente ao longo do dia. Umas torradinhas aqui, uma sandes de queijo ali... o habitual.

Ao fim do dia, para acompanhar o jogo do Milan contra o Barcelona decidi aquecer uma pizza do Tesco que tinha comprado no dia anterior. Não era a melhor do mundo, mas cumpriu o dever.

Dia 87

Ora, para não variar o dia começou com quê? Exacto. Uma banana. O almoço foi o quê? Exacto... pão com manteiga e uma sandes de queijo. Vou aproveitar este ser o dia 87 para dizer que não vou ter saudades de tirar fotos a TUDO aquilo que como!

Mais à noite, depois de me encontrar com o Rui, com o João, com o Ema e com a Liliana, fomos jantar a um restaurante em Vauxhall que ia passar o jogo do Benfica contra o Chelsea. Comemos algumas entradas como pão com manteiga e azeitonas (não fosse o restaurante português...) e eu pedi um risotto de cogumelos. Estranhei um pouco a opção, dado o estilo do restaurante mas fiquei aberto em relação ao que dali pudesse vir. O que veio foi uma pratada de arroz agulha com molho de natas e cogumelos. Deve ser risotto à portuguesa...!

Dia 86

Segunda-feira. A última segunda-feira. Um dia especial? Nem por isso...! O começo foi o do costume, com uma banana a acompanhar e o almoço foi - também - o do costume, embora o pão tenha sido outro e lhe tenha juntado umas batatas fritas a acompanhar.

Depois de sair do trabalho encontrei-me com o Luís e com o gang dele no pub por baixo do meu escritório e estivemos a ver o United ganhar, pouco impressionantemente, ao Fulham. Ainda que o resultado não fosse o melhor, certamente que os três pontos souberam lindamente. Claro que depois do jogo a minha vontade cozinhar era menor que mínima e, como tal, decidi passar no McDonalds para comprar umas batatas fritas médias. Não era muita comida nem jantar que se apresentasse mas o meu apetite não lhe ficava muito atrás.

Dia 85

Ai domingo, que mal é que eu te fiz? Numa tentativa de conseguir acabar o meu livro (sobre a minha viagem à costa oeste dos Estados Unidos - sai em Junho, fiquem atentos) decidi tirar férias durante uma semana e meia a partir de quarta-feira. Infelizmente tenho mais trabalho que eu sei lá o quê. Acabei por passar onze horas no escritório a despachar tudo e mais alguma coisa. Enfim...! Hoje é um dia especial (mais ou menos), uma vez que daqui a uma semana acaba o desafio. Incrível. Três meses. Sem açúcar. E agora? Será que vai ser modo alarve?! Não creio. Curioso ou não, não sinto a mínima vontade de comer açúcar. De vez em quando apetece-me Coca-Cola à refeição, mas não sinto falta do doce doce. Só pode ser bom. Quer dizer que desintoxiquei por completo. Aquilo que me excita mais é mesmo o poder voltar a comer açúcar quando me apetece. Não foi difícil (de todo) aguentar três meses. Quando apeteceu, bastou virar as costas e dizer "não, obrigado". Não creio que volte a repetir tão cedo, mas essa questão já é outra!

O pequeno-almoço foi uma banana e o almoço uma deliciosa tosta com mozzarella. A meio da tarde ainda comi um pacote de batatas fritas que tinha lá e, mais à noite, o jantar foi tortellini, que era a única coisa que me apetecia cozinhar depois de onze horas a olhar para um ecrã. Juntei-lhe pesto e tentei fazer um sumo de ameixa com as que me sobravam no frigorífico. Ficou intragável e foi directo da misturadora para o lavatório. Lição aprendida. Tenho que me ficar pelos batidos de banana...!